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Ao longo dos tempos, a frente marítima de Vila do Conde foi limitada pela logística portuária que se tornou numa barreira e onde foi fundamental uma intervenção profunda.
Porém, esta integração urbana das frentes de água nunca será um problema simples na medida quem obriga a compatibilizar exigências que, por vezes, se tornam conflituosas ou antagónicas.
A relação da cidade com a água constituiu um tema recorrente na história do urbanismo.
Quando falamos de frentes de água não podemos esquecer que os rios e os mares foram, ao longo do tempo, elos de ligação e as suas margens cenário de trocas, associadas ao mercantilismo e à talassocracia.
As cidades foram sempre nós articuladores de redes de relacionamento e estiveram sujeitas a mudanças súbitas, associadas a necessidades de expansão, ganhando novos protagonismos, deixando para trás as funções que outrora as sustentaram - o Forte de São João retrata uma antiga barreira defensiva e um complexo portuário degradado, marcam o abandono das trocas comerciais e da actividade piscatória.
Embora de pequena escala, o Plano da Marginal de Vila do Conde introduziu novas dinâmicas à orla marítima. Os pequenos muros que, apesar de serem em betão, proporcionam percursos sinuosos, de fruição da Natureza, um contacto ténue, ora com as dunas, ora com o mar.
A cidade que outrora suportava o seu dinamismo mercantil e comercial na faina portuária e industrial pretende agora afirmar-se através do preenchimento dos vazios urbanos deixados pela própria recomposição do seu tecido.  
O estudo do arranjo da marginal é do Arq. Siza Vieira e foi elaborado em colaboração com o do sector Norte, projecto de Alcino Soutinho.
Trata-se da frente atlântica, do seu papel estruturante na cidade e pela relevância das intervenções aí previstas, tornou-se na área nuclear e de maior expressão das acções do Programa Polis em Vila do Conde.