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"É interessante como a água foi limite e abertura, foi porta mais do que janela. Nos limites desenharam-se portas, assinalou-se e defendeu-se o dentro: fortalezas, grandes igrejas ou pequenas capelas, torres da marca, faróis. As cidades buscaram o interior por medo e implantaram-se junto dos rios para facilmente atingirem a foz, o fora. A costa teve a ambivalência de Janus, encerrou um mundo dentro do mundo e abriu a saída para o mundo..."
Alexandre Alves Costa

São remotas as origens de Vila do Conde. Sabe-se que a sua história se desenvolve ao longo do séc. VIII a.C., no morro sobranceiro ao rio Ave (onde mais tarde se ergueu o Mosteiro de Santa Clara), povoado por um castro celta que se dedicavam ao pastoreio, à criação de gado e à pesca.
Depois do século III a. C., inicia-se a colonização romana. A população desloca-se para as terras baixas à volta do monte. É então que esta área se constitui em vila.
Os romanos trouxeram consigo uma cultura e conhecimentos muito mais avançados que os que por aqui encontraram. Com a sua fixação, reordenaram o território e forjaram em quase todos os aspectos, muito do que ainda somos
Este estreito contacto com a água fez com que desde sempre este lugar estivesse associado à actividade piscatória, tendo portanto, uma ligação intimista com o rio e com o mar. Desta  fusão resultam espaços, com pequenas reentrâncias que delicadamente vão desenhando as margens, introduzindo dinâmicas aos espaços urbanos.
A frente do mar e do rio funcionam como fronteira entre dois elementos vitais: a água e a terra. A presença de uma frente de água afecta, transforma e modifica toda a estrutura urbana, criando dificuldades mas também, geradora de ambientes únicos.