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As acções desenvolvidas na frente ribeirinha de Viana do Castelo visam predominantemente a qualidade e integridade do espaço publico, definindo e regulamentando em função deste, toda a ocupação edificado do solo.
O progressivo abandono e deslocação da função portuária para outras zonas da cidade, nomeadamente para a margem sul, tornou a discussão deste espaço num assunto pertinente. Existe portanto um contínuo de ideias para esta zona da cidade. Apesar da ocupação portuária, a vertente pública dos espaços de contacto com o rio tiveram em Viana do Castelo um papel de destaque (os largos e praças que pontuavam a antiga linha de margem da cidade, a criação de espaços verdes). Mesmo acontecendo estas mudanças e transformações, as ideias e os temas ficarão para sempre ligados a este lugar.
Existem vários estudos e planos realizados para a cidade, mas foco-me no aspecto que me interessa para o trabalho, no plano traçado pelo Arq Fernando Távora que inclui os projectos para o topo sul dos Combatentes da Grande Guerra, onde estes são encarados para o Plano de Pormenor da Frente Ribeirinha e Campo da Agonia, do Arq Adalberto Dias, como uma pré-existência. Os projectos, mais do que seguirem a implantação proposta no estudo urbanístico do Arq Fernando Távora, enquadram-se na ideia da própria implantação. É possível, não apenas pela qualidade dos arquitectos, mas também pela discussão entre a equipa do plano e equipas dos projectos.
Este plano entende-se como uma única e grande intervenção de (re) estabelecimento da ligação entre cidade e rio.
O tema da água surge neste plano como uma preexistência austera, que gera um consenso no que respeita ao carácter que se pretende para todo aquele espaço. Tudo se consegue ler como um conjunto, notando-se claramente uma linha estruturante subjacente ao todo que é a frente fluvial de Viana do Castelo. É uma autêntica plataforma para “vivencia pública”, repleta de equipamentos que se estendem ao longo do rio Lima, entre dois elementos, o rio e o centro histórico.
Esta plataforma torna-se portanto bastante rica na forma como se relaciona com o elemento água (o contacto através da pequena praia existente a nascente, o contacto através da marina e das antigas docas, assim como a relação estabelecida entre o percurso pedonal e a ciclovia que se estende ao longo da margem).
A ideia de uma praça nos aterros portuários começa a germinar.
Contudo, esta praça não se estabelece como remate do eixo definido pela Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, mas procura uma relação mais próxima do núcleo medieval da cidade.
A praça proposta é definida por um conjunto de edifícios destinados a comércio, escritórios e habitação. O restante espaço da plataforma é preenchido por áreas verdes e percursos pedonais, onde se implantam alguns edifícios de utilização pública, edifícios que fazem frente norte da recente plataforma, assegurando a ligação à cidade através de diversos pontões.