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A intervenção feita pela “Porto 2001” baseou-se numa estratégia de abordagens a dois ritmos. Por um lado foi desenvolvida uma estratégia de intervenção a totalidade da praça e a zona envolvente. Por outro lado, o projecto do mercado da ribeira dando resposta a alguns problemas que se faziam sentir no local.
Sendo uma zona com uma identidade e uma densidade histórica muito afirmadas, a intervenção urbanística teve de se revestir de uma serenidade e que respeito que o local exige. Nesse sentido o objectivo foi manter o espírito da situação existente apenas melhorando a pavimentação, a racionalização do mobiliário urbano e a eliminação dos elementos claramente dissonantes. A abordagem foi completada por intervenções isoladas que visaram a resolução de problemas existentes, a valorização da leitura do passado histórico da zona e beneficiação de alguns espaços residuais que necessitavam de uma nova configuração.
No largo do terreiro a intervenção pretendeu reinterpretar um espaço urbanisticamente pouco caracterizado que resultou da demolição de um armazém de cereais, criando um espaço urbano mais estável, à cota da rua da Fonte Taurina e da muralha, enquadrando a igreja da Nª Sr.ª do Ó, não inviabilizando o acesso automóvel ao cais da estiva. Sob esta plataforma está prevista a instalação de equipamentos de apoio às actividades ligadas ao rio.
A cidade do porto não é apenas um encontro de uma multiplicidade de pontos que cada um tece à sua maneira, ao contrário de outras grandes cidades europeias que cada pessoa vive por si. Existe uma cumplicidade entre as pessoas, uma relação de vizinhança. É esta característica que caracteriza a ribeira, em qualquer rua, viela, recanto as pessoas conhecem-se, vivem umas com as outras. É nesse ponto que o arranjo urbanístico feito pelos arquitectos Manuel Fernandes Sá e Eliseu Gonçalves se torna importante. O carisma desta parte da cidade não se perdeu e conseguiu conciliar as duas realidades presentes, respeitando os habitantes da zona e dando melhores condições para o uso do espaço tanto por turistas como habitantes da cidade.