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A requalificação da marginal de Leça da Palmeira, tem um desenho de uma larga alameda de peões, com grandes espaços relvados. Nestes espaços relvados, podemos igualmente encontrar um tipo de vegetação muito próprio, e resistente às condições marítimas (metrosíderos). Esta alameda de betuminoso, com uma largura de 10 metros, acompanhada por um espaço relvado de 10 metros também, que separa a alameda de um espaço mais intimista, com apenas 2 metros de largura. Tal tratamento é justificado, como um caminho mais ligado à praia, virado para o mar, enquanto o percurso mais largo surge com o intuito de maior movimento, com a possibilidade de prática desportiva, como jogging, skate, ciclismo, entre outras. Ao longo da marginal, encontramos espaços de paragem com paralelepípedos de pedra, que delimitam os espaços e servem de bancos. Estes pontos de paragem podem ser encontrados nos principais acessos às praias ou a equipamentos, e nos atravessamentos de peões. Os acessos à praia, são realizados por plataformas em que de um lado possuem acesso por escadas e no lado oposto, por rampa. A iluminação pública é realizada dominantemente por projectores duplos de 15 metros de altura colocados no separador da avenida e com distribuição de luz a toda a largura.

Reacções à obra

A marginal de Leça da Palmeira, mais uma obra pública de Álvaro Siza, foi sujeita a inúmeras críticas. Talvez por reacção ao mediatismo do arquitecto, ou como uma reacção a uma linguagem de ruptura com o passado, a sua intervenção foi criticada por parte do público desde cedo.
Sendo uma obra de um arquitecto de renome internacional torna-se natural o questionamento de suas acções, associando esta intervenção com a realizada em Vila do Conde, quer pela linguagem, quer pelos critérios estratégicos. A nomeação de Álvaro Siza em parceria com António Madureira para a marginal de Leça, pode ser entendida como a mais certa, devido à existência de dois equipamentos de referência ao longo da marginal, como as Piscinas das Marés, e a casa de chá da Boa Nova, ambas obras de Siza. Tal facto aprovaria uma obra do arquitecto em relação à marginal de Leça.
Diversos problemas são apontados pelo público. Na internet, facilmente se encontra reacções como as existentes no internet blog “oantivilacondense.blogspot.com” com a data de 23 Maio de 2006, em que o “alcatrão a mais, iluminação deficiente e atópica pela inexistência de árvores ou arbustos ou de bancos para ver o mar.” É igualmente referido um artigo de Manuel Correia Fernandes, no Jornal de Notícias em que critica o arquitecto pelo uso de “argumentos meramente formais ou de simples afirmação de autoridade” para justificar as suas intervenções públicas. Em relação à iluminação deficiente do espaço, o Jornal de Notícias publica em 22-11-2005 que o presidente da câmara municipal divulga ao público que iria abordar o arquitecto em relação a essa questão.
A marginal de Leça é igualmente vista com bons olhos: “A marginal de Leça da Palmeira há muito que deixou de ser frequentada apenas pelos banhistas no Verão. Actualmente, é um ponto de encontro ao longo do ano” Matosinhos Hoje Edição de 17-10-2007. A marginal criada para peões em que impulsiona a prática desportiva ao longo de todo o ano como já referido, faz com que a actual marginal de Leça da Palmeira ganhe assim uma nova dinâmica.
Concluindo, podemos definir a intervenção na marginal de Leça da Palmeira, como uma obra de alguma polémica, em que em contrapartida com o que podemos visualizar na Foz do Douro, em que a existência de espaços relvados com arborização com certa densidade na marginal da praia. Em contraponto com esse tipo de marginal, surge um novo tipo de marginal como a de Leça em que são espaços que funcionam como alamedas para peões, espaços abertos de maior relação com o mar, algo que não acontece no caso da Foz do Douro. Com a arborização existente na Foz, para visualizar o mar, ou mesmo aceder à praia, é necessário percorrer pelo meio dos espaços ajardinados, estes que funcionam como cortinas, isolando assim a frente de água, da cidade. No caso de Leça, essas cortinas não existem, e com tal a desvantagem de inexistência de sombras, tão criticadas pelo público.
O uso de alcatrão associado com a retenção das altas temperaturas é igualmente visto como um defeito, podendo este factor ter a ver com uma questão de orçamentos. Quanto à iluminação, situado apenas no separador ajardinado das vias de automóvel, mas deste modo existe uma alameda contínua, que serve para a prática do desporto, sem a marcação de elementos e obstáculos verticais, que existiria se ali fossem colocados os postes de iluminação.