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A ideia de cidade com frente de água reporta-nos para um imaginário colectivo onde abundam as imagens de espaços com os mais diversos caracteres, ora associados a actividades industriais e de indústria pesada, ora vocacionados para o lazer e tempos livres. Alguns dos casos em estudo, com origens remotas e com grande carga histórica, encontram-se actualmente em estado de confronto e mutação. Assiste-se a uma mudança de paradigma. Espaços com antigas tradições de pesca e de comércio vêem-se agora confrontados com a necessidade de adaptação a novos contextos e novas realidades.
O elemento água, entendido como gerador de existência e princípio fundamental à manutenção de vida na Terra, intervém de forma activa na modelação de cidades e de assentamentos que ao longo dos tempos foram acontecendo em frentes de água.
A era moderna, com a multiplicação das actividades do lazer e do ócio, trouxe consigo uma grande apetência pela fruição espaços ribeirinhos, procedendo-se a complexas operações de renovação e transformação de cidades e de cenários com uma situação de frente de água. Procuram-se novas relações com o elemento líquido, ao mesmo tempo que se substituíam as velhas indústrias portuárias por novos serviços.
Nesta contexto, as intervenções assumem caracteres variados e distintos, tanto quanto os contextos. Os factores são os mais diversos, passando pelos sistemas ambientais que as condicionaram, às oportunidades financeiras e tecnológicas que as possibilitaram.
Apesar de distintas, as intervenções caracterizam-se pela existência de alguns princípios comuns. Eles passam pela conquista de espaço público na cidade mas também pela valorização das periferias litorais.
Um outro ponto de acordo é a mistura e existência simultânea de actividades distintas que complexificam o local e fortalecem o carácter da cidade. Ora, isto é o que se passa nas cidades mais atractivas. Um dos modelos a seguir é a conciliação entre os diferentes modelos de gestão, promovendo um diálogo saudável entre as autoridades locais e centrais portuárias ou de transporte, os operadores privados ou institucionais e os poderes titulares do património ou do ambiente.
O objectivo final de cada intervenção deverá ser a integração plena, integrada e sustentado, do elemento água na vivência da cidade e dos seus habitantes.